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Os alunos de Leiria IP concebem um sistema de refrigeração de alimentos de baixa tecnologia com critérios ambientais

“Natural Cooler” é um sistema de refrigeração de alimentos constituído por três contentores de conformação cerâmica simples e uma tampa também em barro vermelho. Este produto tem como base de inspiração, o armazenamento e refrigeração de água em recipientes de barro, uma técnica em que o ar depositado na porosidade da matéria cerâmica dificulta a transferência de calor entre a água e o meio ambiente. A água ao escoar através da porosidade do material, chega à superfície externa do produto, onde evapora, promovendo a refrigeração interna do sistema.

Ecodesign – um sistema de refrigeração para alimentos de baixa tecnologia construído com simples contentores cerâmicos de barro vermelho
Artigo escrito pelo professor José Frade, Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria (ESAD.CR)

Uma das estratégias que visam a criação de um bom produto de ecodesign é explorar uma boa ideia com impacto ambiental favorável até à concretização de um protótipo físico à escala do produto final. Ana Lisboa e Sara Silva, ambas alunas do curso de mestrado em design de produto da ESAD.CR/IPL, criaram e desenvolveram durante o semestre em que frequentaram o programa Erasmus+ na UNIBZ (Free University of Bozen-Bolzano) o projeto “Natural Cooler” inspiradas por outros produtos de ecodesign em barro vermelho como o Uruboro – um vermicompostor doméstico em barro vermelho – criado pelo designer Marco Balsinha no seu projeto de mestrado na mesma escola e premiado em vários concursos de design e de cerâmica nacionais e internacionais, que lhes foi dado como referência no briefing do exercício que deu origem ao“Natural Cooler”.

“Natural Cooler” é um sistema de refrigeração de alimentos constituído por três contentores de conformação cerâmica simples e uma tampa também em barro vermelho. Este produto tem como base de inspiração, o armazenamento e refrigeração de água em recipientes de barro, uma técnica em que o ar depositado na porosidade da matéria cerâmica dificulta a transferência de calor entre a água e o meio ambiente. A água ao escoar através da porosidade do material, chega à superfície externa do produto, onde evapora, promovendo a refrigeração interna do sistema.

O funcionamento deste produto constituído por três recipientes colocados uns dentro dos outros e produzidos em barro vermelho, matéria-prima altamente disponível e de muito baixo custo, faz-se também pela utilização de diferentes materiais no espaço deixado livre entre os vários vasos. O recipiente central disponibiliza o espaço vazio para colocar os alimentos a refrigerar e conta com uma tampa para maior isolamento térmico deste vaso. Entre este e o recipiente intermédio é colocada água e areia; e entre o recipiente intermédio e o exterior de maior diâmetro propõe-se a colocação de terra onde podem inclusivamente ser enraizadas plantas por exemplo aromáticas. A água líquida e a água na fase de vapor resultante do processo de evaporação transitam do interior do sistema para o exterior nomeadamente através da porosidade característica deste tipo de material cerâmico, humedecendo a terra colocada no vaso exterior, criando um ambiente favorável para as plantas que aí foram enraizadas.

A temperatura interna do sistema de refrigeração pode atingir valores da ordem dos 25% a 40% da temperatura externa do ar. Esta diminuição da temperatura permite prolongar a vida útil dos alimentos em cerca de dez vezes mais do que sem refrigeração.

Nalguns contextos previsíveis próprios de certos países em fase de desenvolvimento, esta solução, para além da vantagem associada ao caráter ambiental, oferece alternativas simples de refrigeração para vários alimentos com impactos social e económico importantes, para além de ser possível de produzir a partir de tecnologias simples de conformação e de baixo custo. Nos países desenvolvidos, especialmente onde há uma maior consciência dos problemas ambientais, esta proposta convida à redução das dimensões dos frigoríficos convencionais, ou mesmo à sua substituição por outros frigoríficos mais pequenos, com impacto ambiental favorável pela redução do consumo energético, contribuindo, portanto, para a adoção de soluções mais ecológicas de refrigeração.

Com preocupações de caráter ambiental, este projeto parte da motivação de desenvolver um sistema/produto de refrigeração ecológico, de fácil uso e aplicação universal, dirigindo-se tanto aos países industrializados, como aos países em desenvolvimento e está a ser divulgado pelo projeto de Investigação CP2S – Cerâmica, Património e Produto Sustentável – do Ensino à Indústria (Centro-01-0145-FEDER-23517) que está a ser coordenado pelo Laboratório de Investigação em Design e Arte, sediado no campus na ESAD.CR/IPL, apoiado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Programa Portugal 2020 – Programa Operacional Regional do Centro a partir do qual se pretende também divulgar o trabalho de um conjunto de designers formados recentemente, ou, ainda, em formação, nomeadamente na ESAD.CR, visando um contributo para a sustentabilidade da atividade artística e por vezes também profissional destes autores, ao mesmo tempo que se pretende motivar, inspirar e abrir novos caminhos a outros alunos no âmbito das suas atividades pedagógicas com eventual impacto sobre a criação de novos produtos cerâmicos de eco-design e sustentáveis.

Localize as entidades ligadas ao ECODESIGN na Região EUROACE.

Mapeamento de Recursos dá a possibilidade de identificar e localizar empresas e outras entidades, em função das suas capacidades na área do Ecodesign.

Esta iniciativa, enquadrada numa das atividades do projeto DEGREN busca identificar e divulgar as necessidades, práticas e produtos criados/concebidos com base no Ecodesign, promovendo desta forma o contacto entre os agentes com conhecimento nesta matéria para o desenvolvimento de projetos e ações de investigação e consultoria.

O mapeamento é uma ferramenta que recolhe e apresenta informações de maneira eficiente, integrada e organizada e serve como guia de recursos e capacidades das entidades ligadas ao Ecodesign na Região EUROACE. Tem como objetivo recolher informações sobre produtos e serviços fornecidos por empresas, ou outras entidades, que fazem Ecodesign, de forma a contribuir para mostrar a situação atual em torno a esta matéria na região já referida.

Para uma melhor identificação dos principais atores da Região EUROACE que permitisse a aproximação dos recursos atuais em Ecodesign, foi desenvolvido pelos parceiros do projeto um questionário que avaliou o uso e conhecimento dos aspetos ambientais na conceção dos produtos. Esta identificação está a permitir a adaptação de outras atividades do projeto às necessidades dos agentes e entidades a nossa volta.

Um aspeto a destacar da ferramenta é a sua possível utilidade para projetos de investigação neste domínio, o Ecodesign, através de filtros de pesquisa que permitem a identificação de áreas de trabalho de entidades especializadas.

O registo no Mapeamento de Recursos e Capacidades em Ecodesign da Região EUORACE estará disponível durante todo o período de execução do projeto, por isso, se a sua entidade tem competências na área do Ecodesign e estaria interessado em fazer parte deste mapeamento, poderá efetuar o registo aqui.

Dão início as atividades do Laboratório de Ideias

O Laboratório de Ideias é proposto no âmbito do projeto DEGREN como um espaço que facilitará o acesso à informação e conteúdo de interesse, bem como um meio de formação destinado a desenvolver capacidades inovadoras, e a valorizar a criatividade como recurso para a geração de novos produtos e / ou serviços sustentáveis.

Para este fim, será desenvolvido um conjunto de ações de formação que servirão de suporte na incorporação da ecoinovação no processo de design de novos produtos e serviços.

Além disso, a formação de empreendedores, gestores e outros profissionais será promovida com a finalidade de:

• Sensibilizar profissionais acerca do Ecodesign.
• Divulgar tendências em modelos de negócios baseados no Ecodesign.
• Oferecer experiências reais de empresas ou projetos de negócios onde o Ecodesign desempenha um papel importante.
• Apoiar empresas e empreendedores a gerar modelos de negócios baseados no Ecodesign, ou modelos em que o Ecodesign desempenha um papel importante.
• Acompanhar e assessorar empresas e projetos na criação e / ou transformação de modelos de negócios baseados em Ecodesign.

O Laboratório de Ideias é composto por três fases diferentes:

INSPIRAÇÃO

Nesta fase realizar-se-ão vários workshops para abordar as tendências do Ecodesign em diferentes setores de interesse para a Região EUROACE, bem como as boas práticas já realizadas que proporcionarão ideias sobre novos produtos a serem desenvolvidos.

Haverá um workshop transversal para sensibilizar os participantes sobre as possibilidades oferecidas pelo Ecodesign como um recurso competitivo, independentemente do setor de atividade e ainda vários workshops setoriais (arquitetura, engenharia, embalagem, cortiça e madeira, e engenharia).

FORMAÇÃO

A fase de formação em Ecodesign permitirá abordar a temática relativa aos novos produtos e processos onde os componentes ambientais são integrados, sempre com a perspetiva de melhorar a competitividade da empresa.

Para isso, será organizado um ciclo de 5 workshops, cujo objetivo será de possibilitar que os gestores das empresas, ou outras entidades, conheçam o impacto ambiental de produtos ou serviços em todo o seu ciclo de vida e que assim possam compreender, de forma mensurável, quais as possíveis melhoras ambientais do seu produto. Os tópicos serão os seguintes:

Introdução ao Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
Avaliação do Ciclo de Vida. Quantificação de impactos ambientais.
Metodologia de Ecodesign e sistema de gestão de acordo com a norma ISO 14006.
Sistema de reconhecimento ambiental.
Tendências atuais em ecoinovação

CONSOLIDAÇÃO

Finalmente, na última fase do Laboratório de Ideias, abrir-se-á um período para cativar empresas e empreendedores interessados em implementar mudanças nos seus modelos de negócio, produtos e/ou serviços, de modo a incorporar a variável ambiental seguindo os critérios baseados no ECODESIGN.
Estas empresas e empreendedores contarão com apoio e consultoria especializada para tal efeito.